Apresentação

A idéia é tornar este blog um ambiente para reflexão e troca de informações, franqueando espaço àqueles que indagam abertamente e aos que questionam silenciosamente.
Sabendo que o mundo corporativo apresenta, diariamente, inúmeros temas para discussão, e que não poucas vezes o administrador se vê forçado a rever a lógica acadêmica e estabelecer novos parâmetros e critérios, pretende-se com esse blog alimentar a controvérsia e auxiliar seus visitantes no encontro de soluções, de forma prática, direta e divertida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Qual o papel do Líder perante a Empresa e os Funcionários?


Intermediar, estimular, desenvolver, esclarecer, conduzir e premiar são as funções do Líder. Uma soma tão vasta e complexa de atribuições requer talento, sensibilidade e boa formação dedicada.

Vamos por partes.

Intermediação:     Intermediar interesses e reivindicações de toda ordem, conduzindo a solução para a prevalência final da opção mais lucrativa dentro de um contexto ético, é uma obrigação do Líder. Por mais razoáveis que pareçam os argumentos da outra parte, é necessário considerar que a sobrevivência da empresa se dá através do lucro, e que tal sobrevivência é condição preponderante, secundada apenas pela preservação de valores éticos e morais. Garantidas essas condições, apenas reivindicações que não atentem contra o resultado devem ser consideradas.
Por essa razão os líderes devem trabalhar sob a cultura dos números, avaliando sempre a viabilidade e conseqüência econômica das ações. Devem reunir condições de mensurar os efeitos futuros das opções e adotar a mais vantajosa para a empresa, considerando que, eventualmente, a opção aparentemente mais vantajosa não o é no longo prazo.
Embora seja difícil traduzir numericamente os efeitos de determinada opção, pois abstrações como o grau de satisfação do funcionário e do cliente tem valor efetivo de difícil contabilização, um esforço neste sentido deve ser feito e os líderes devem ser orientados e treinados para isso. Opções corretas, devidamente comprovadas e esclarecidas às partes, garantirão o efeito desejado e serão bem aceitas pelos litigantes, que são capazes de compreender explicações baseadas na lógica.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Como se define um Líder qualitativamente?


Saber conduzir sua equipe a um objetivo estabelecido, apresentando sólida argumentação e compreensão das variáveis é um sinal de boa liderança. Da mesma forma, tomar ações condizentes com uma lógica positiva, calcada na racionalidade, mas que não despreze o apego emocional de seus comandados é uma característica dos bons líderes, que se destacam nas organizações e na vida.

Observa-se, assim, que as qualidades de um Líder não devem ser avaliadas pelo teor de suas idéias, eventualmente questionáveis, mas pela forma como as aplica. As habilidades inatas de um Líder o põem em condição de empunhar qualquer espada, brandindo-a contra os oponentes mais diversos. Neste aspecto Hitler e Gandhi se unem como exemplos de boa liderança, apesar dos perfis e intenções diferentes que os colocam em direções inteiramente opostas. Conclui-se, daí, que cabe à formação ética/moral o modelo primordial a partir do qual as idéias e ações do Líder ganham forma e conteúdo, sendo este um importantíssimo aspecto a ser considerado no processo educativo.

sábado, 17 de setembro de 2011

Como se forma um Líder?


Em qualquer meio, seja ele profissional ou social, se promove a educação através da troca de informações e do exemplo, que são seus principais instrumentos. Saber transmitir valores é uma arte que poucos dominam, pois identificar o momento certo para explanar sobre determinado conceito requer sensibilidade e a transmissão da idéia e todas as suas nuances requer cultura superior, além de destacada sabedoria.

A formação de bons líderes está condicionada ao aprendizado adequado, ministrado por pessoas especiais a potenciais especiais. A imagem recorrente de um mestre chinês orientando a formação de um jovem monge exemplifica corretamente o processo, contudo deve-se considerar que apenas os jovens especiais absorverão, não plenamente, os ensinamentos do mestre, restando aos demais a apreensão de resíduos culturais que naturalmente se perderão pela falta de aplicação.

É interessante observar que os inaptos não desenvolverão tais habilidades, mesmo que para isso concorram os melhores mestres. Ao contrário, os especiais a desenvolverão em qualquer momento de suas vidas e a exercerão no nível proporcional aos ensinamentos recebidos e ao discernimento desenvolvido através da experiência.

Portanto, a formação de um Líder é um processo cultural que se dá através do contato e da troca. Está claro que o aproveitamento de tais contribuições é condicionado por uma habilidade natural, um traço pessoal do indivíduo que o distingue dos demais e faz com que exerça com naturalidade a liderança do grupo em que está inserido.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Como descobrir um Líder potencial?


Desde a mais tenra infância, através das atitudes que concentraram os outros ao seu redor, é possível distinguir uma vocação inata para a liderança em algumas crianças. Tomando o cuidado de isolar a agressividade natural que normalmente se expressa nessa idade, e que tem mais o intuito de defender território que o de promover conquistas, é possível perceber traços de um Líder naquele que propõe as brincadeiras de uma forma negociada, obtendo os resultados ambicionados em meio à balbúrdia de opiniões. Através da veemência na defesa de um terceiro, de uma idéia ou simplesmente calando e provocando o silencio geral, também assim se expressa um Líder na infância e por tais atitudes pode ser distinguido.
Observa-se, todavia, que muitas vezes a ação do Líder é sutil, notadamente quando ele, deliberadamente, opta pelo silêncio e exerce influência sem estardalhaço, instando outro a apresentação de suas idéias. Isso ocorre quando sua condição de Líder ainda não amadureceu plenamente e ele próprio não está perfeitamente consciente dela.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vamos falar sobre LÍDERES?

      O que é um Líder?

Figura diferenciada, que possui um brilho próprio que a destaca em meio ao grupo que a cerca e segue. Utilizando-se de uma sensibilidade impar, que a ele proporciona ampla condição de entender a multidão e passear com desenvoltura pelo inconsciente coletivo, o Líder se impõe como um superior, como um meio denso para o qual os outros convergem e se submetem, osmoticamente, permanecendo assim até que outro Líder, com melhor argumentação, o destitua dessa condição e absorva seus liderados e, muitas vezes, ele próprio.
Cumpre que se diga, porem, que o exercício da liderança requer aprendizado e sensibilidade, sem os quais a natural influência de um Líder deriva para o ridículo e sua condição se esfuma pela imaterialidade. Então, para que um Líder se faça é necessária uma aptidão natural e formação adequada, fatores que o colocam em condição de visualizar resultados a partir de ações coordenadas.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Concluindo a questão MOTIVAÇÃO

Nas Residências

Os pais devem assumir a responsabilidade pela educação dos filhos, entendendo-a como o resultado de um processo amplo, que abrange as ações do cotidiano e as rotinas escolares. Os pais não podem abdicar da titularidade das ações e da responsabilidade pelos resultados e devem, na qualidade de maiores interessados, monitorar e tomar ações corretivas permanentemente, diante da evidência de problemas e queda de rendimento.

Ao depararem-se com seu filho recém nascido, ainda enrolado dentro de um berço de maternidade qual se fora uma múmia de olhos abertos, assalta os pais um sentimento misto de orgulho e angústia, esta derivada da inexorável constatação de que uma vida se impõe a eles e os aprisiona. O que antes era mera abstração, conjunto formado por conjecturas, imagens pouco claras e sons metálicos de supostos batimentos cardíacos agora se materializa em uma frágil criatura, nem tão bela e nem tão forte quanto se imaginara, apenas um pequeno ser cuja importância não se justifica, mas que já reina como um soberano ranzinza, cheio de vontades.
Menor não seria a angústia se os pais entendessem que ali começa o processo educativo, na forma como reagem aos gritos do adorável ditador, e que tal processo se estenderá até que este alcance a autonomia da vida adulta e passe, ele mesmo, a conduzir a educação de seus filhos.

Porem, a vida moderna inventou o consumo e especialistas na criação de sua necessidade, de tal forma que, para atender aos ditames do consumo e aplacar a lancinante necessidade de possuir os bens que a sociedade impõe como condição de aceitação, os pais se deixam levar pela ciranda do capital, que os quer trabalhando para gerar consumo e consumindo para gerar a riqueza do sistema.
Nesta nova pintura social, as mães, que em geral permaneciam em casa e conduziam a educação moral e ética dos filhos, passaram tal atribuição para os professores que, despreparados e omissos, rejeitaram e devolveram prontamente. Ficaram, conseqüentemente, as crianças e jovens a deriva, recebendo os conceitos que os tocavam mais sonora e diretamente, seja pelos circundantes com quem tem contato, seja pelos meios de comunicação de massa que viram nisso uma grande oportunidade de negócios.
Estando assim, a mercê de interesses e sob sua abrangente influência, as crianças e jovens absorvem seus ideais e desenvolvem crenças espetaculares, preconceitos sem sentido e toda sorte de sentimentos meticulosamente orquestrados pelos operadores do meio, agentes de consumo. Não seria essa a origem dos vícios e de outros males da vida moderna, como a criação de tribos urbanas e a violência pela intolerância entre elas?

É preciso reavaliar o papel dos pais na sociedade moderna. Não seria a preparação dos filhos sua obrigação precípua? Formar e entregar à sociedade cidadãos sadios, com sólida formação ética e moral, preparados para comandar com justiça e serem comandados sem subserviência não seria a mais relevante de todas as atribuições? Sim, é preciso rever nosso papel...

Quem falará aos jovens e crianças sobre o respeito às mulheres e aos mais velhos? Certamente não será o mercado, que os quer ver consumindo o erotismo desde cedo e entregando seus velhos às instituições para idosos.
Quem falará sobre ética? Sobre a importância da obediência às regras estabelecidas e sobre seu questionamento sadio? Não serão aqueles que se beneficiam das transgressões, e que acolhem a impunidade pela inação.
Quem introduzirá as primeiras noções de economia e equilíbrio? Sem dúvida que não serão aqueles que lucram com o despreparo e com a falta de noção de limites por parte dos consumidores.
Quem ensinará o respeito à diversidade, a importância da humildade e dos valores primários que deram as bases para o convívio social? Ninguém senão os pais.

Rever prioridades é o caminho. Ponderar sobre a real importância das coisas, tendo sempre em mente que a educação dos filhos é o que de mais importante pode alguém fazer na vida. Ter a educação por princípio e entender que tudo o mais tem sua importância, porem tem de ser secundado pela formação dos filhos e a esta adaptados.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ainda sobre MOTIVAÇÃO

      O que fazer para mudar o futuro?

Nas Escolas.

É preciso repensar a educação como um todo, aproximando-a da linguagem dos jovens e agregando noções mais aprofundadas não apenas de empreendedorismo, mas também de ética, moral e finanças, tanto nas escolas como nas residências.
Anualmente o Governo destina bilhões do orçamento à educação, reconhecendo a importância de tal investimento para a sociedade em curto, médio e longo prazos. Porém não se move diante da pouca efetividade do ensino, preferindo aderir a um formato arcaico de educação que tem o endosso preguiçoso de eminentes especialistas.
Essas autoridades justificam o mau aproveitamento escolar através das lamentáveis condições materiais de ensino; baixos salários dos professores; despreparo profissional e ambiente social e familiar inadequados. Entendem, essas autoridades, a evasão escolar como um sintoma da problemática econômica, que obriga crianças e jovens em idade escolar a encontrarem meios de auxilio financeiro a suas famílias, mesmo que tais meios sejam na criminalidade.
É fato que as más condições materiais são um transtorno para o processo educativo, mas também é fato que o ensino se daria, com qualidade admirável e a despeito de tais limitações, se o prazer de aprender (e viver) determinasse a tônica do movimento pró-estudo. Um aluno motivado à aprendizagem supera barreiras e procura alternativas que o locupletem, estejam onde estiverem. E para motivar esse aluno é preciso entender e agregar a variedade cultural e social que existe dentro do Brasil, pois, diferentemente do método atual, que procura passar os mesmos conceitos através de uma lógica abstrata e intangível, um modelo de educação que agregasse a realidade próxima, inserindo conceitos em um contexto naturalmente identificável, com problemáticas facilmente compreendidas e absorvidas, daria outra dimensão ao processo educacional, tornando-o prazeroso.
Não há dúvida que um novo homem, melhor preparado para a liderança e o empreendedorismo surgiria desse ambiente.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre a MOTIVAÇÃO

      Por que precisamos de motivação?

Para responder a esta pergunta é necessário compreender a mecânica dos trabalhos motivacionais e o seu propósito, que busca atender a uma demanda clara para nossa percepção, porém de origem obscura ou pouco aprofundada.
De fato, a necessidade de manter os profissionais motivados é mais uma das constatações dos estudos de Administração, que começaram pra valer no início do século XX com a observação dos tempos e movimentos e se desmembraram em dezenas de abordagens diferentes desde então. Ela advém da percepção de que profissionais desmotivados rendem menos que os motivados, e que esta “momentânea” deficiência (ou apatia) pode ser fatal em um ambiente de acirrada competitividade, onde a reação imediata pode determinar a vitória.

Cumpre acrescentar que não apenas as empresas precisam de agentes motivados. A sociedade, em todos os seus desdobramentos também precisa se servir deles, pois a intensidade é fator de qualidade em qualquer questão, das mais corriqueiras às mais complexas. Não se educa adequadamente uma criança sem asseverar com intensidade a importância dos conceitos transmitidos e nem tampouco se conclui uma complexa obra de engenharia sem concentração nos detalhes. A intensidade e a concentração são dois dos incontáveis ingredientes que permeiam a motivação, o que esclarece contundentemente a falta que esta pode fazer no dia a dia de todas as pessoas.

Imaginem o resultado de uma súbita queda de capacidade física no principal jogador de um clube na etapa final da decisão da Liga Inglesa de Futebol. A falta de “apetite” paralisando-o diante de um gol aberto, sem goleiro... Nem mesmo a visão do adversário entregue, com a mão na cabeça em sinal de desespero e a vibração de sua torcida antes do arremate final são suficientes para estimulá-lo e o nosso amigo jogador é capaz de, no máximo, um chute sem força e direção, que pode alcançar o gol, a trave ou a linha de fundo...
No mundo corporativo também há abatimento, porém, diferentemente do futebol, onde a figura do preparador físico tem lugar consagrado, não se sabe ao certo que exercícios adotar e que músculos tonificar para manter um trabalhador em permanente condição de definição, como se espera de um verdadeiro artilheiro.


      Como se motiva atualmente?

Especialistas na psique humana debruçam sobre o problema na busca de resposta para essa indagação, porém o ambiente corporativo não lhes é favorável, pois como regra, os trabalhadores consideram oportunistas todas as atividades que lidam com abstrações. Não é comum encontrar em líderes de setores disposição para aceitar a opinião das psicólogas do RH sobre a forma adequada de se abordar um funcionário problemático. E esta indisposição não é privilégio das lideranças mais humildes, localizadas nas últimas linhas do organograma, mas se estendem por toda a organização, muitas vezes até na Presidência, que admite tais práticas sob um silencioso manto de incredulidade, apenas para satisfazer pressões impostas ou motivadas pelo vácuo da ignorância. O motivo dessa incredulidade é a falta de consistência verificada nos métodos aplicados.
Reagindo em meio ao desconforto de defender métodos impalpáveis que redundem resultados materiais, os profissionais de RH abraçam soluções pueris, de questionável eficácia, enveredando pelo perigoso terreno do imediatismo. Assim, dão oportunidade ao surgimento de oradores de ocasião, normalmente armados de elementos pirotécnicos que privilegiam a forma, adornando-a, em detrimento ao conteúdo de limitada proporção. Como conseqüência, encontramos executivos enfrentando corredeiras em botes de borracha, se equilibrando em cordas estendidas entre as copas das árvores ou caminhando sobre brasas qual se fossem faquires de 80 kg.
Ao término de tantas aventuras e com os ouvidos sobrecarregados de jargões e palavras de ordem, esses líderes se sentem renovados e se acreditam aptos a uma revolução qualitativa em seu trabalho e até mesmo em suas vidas particulares. Os motivos de aborrecimento já não são, assim, considerados e os obstáculos de sempre agora serão superados, pensam... Ledo engano... O contato com as mesmas rotinas e seus problemas tendem a derrubar o, agora, “elevado” moral do Líder, iniciando um rápido regresso à condição pré-motivacional. Em seu lugar instala-se um sentimento de frustração, tomado pelo profissional como um preocupante indício de incapacidade, o qual deve por óbvias razões ser ocultado. Assim ficam as partes, a cada lado, fingindo-se medianamente satisfeitas, submersas em um ambiente de dúvidas e medo.


      Por que somos assim?

A incapacidade do trabalhador se manter permanentemente motivado tem origem na infância e no processo educacional a que foi submetido. Métodos herdados de antepassados exploram o medo das conseqüências como o principal fator na educação, agrilhoando os impulsos de experimentação e descobrimentos tão próprios do ser humano.
É preciso que se diga que o ser humano não tem, como costuma ser dito, medo do desconhecido. Tem sim, em essência, uma sadia curiosidade que garante sua evolução intelectual. O medo que se afirma natural é, de fato, imposto pela racionalidade e ganha espaços no inconsciente, como um mecanismo de defesa.
É fácil supor que a escalada da violência, resultado de um processo de urbanização acelerado, reduziu a órbita social a um numero restrito a empregados temporários, parentes esporádicos e amigos eventuais, e este estreitamento afeta a liberdade que se concede aos filhos, tornando-os cada vez mais limitados entre quatro paredes. A falta de convívio e de relacionamentos sadios, assim como os símbolos da violência e recomendações de segurança determinam o estranhamento e o medo, iniciando um círculo perpétuo baseado no medo por não conhecer e no medo de conhecer.
O medo é um instrumento poderoso, que mostrou e ainda mostra sua utilidade no objetivo maior da preservação da espécie. Agrupando as pessoas e escondendo-as no escuro das cavernas, ele contribuiu com a sobrevivência da espécie humana em um ambiente hostil, povoado por seres muito mais fortes e violentos. Ainda hoje o medo nos protege do perigo real, presente em ambientes soturnos e mal iluminados, onde facilmente se esconderiam malfeitores de toda ordem. Porem é preciso considerar que nem todo ambiente desconhecido é perigoso, pois, muitas vezes, ao contrário do que se imaginava, tais logradouros proporcionam atalhos preciosos, fachadas exuberantes e pessoas do bem que se ressentem apenas da má sorte e do descaso da Companhia de Energia Elétrica. Conhecer esses lugares e usufruir de suas vantagens é algo que só experimentará aquele que impor a curiosidade e a racionalidade ao medo, demonstrando outra das facetas humanas, que é o impulso ao novo.

No entanto o impulso ao novo, sem o qual o ser humano sequer teria saído das cavernas, atualmente é encarado com receio pelos pais, muitas vezes ausentes do processo educativo em função do trabalho e temerosos que tamanha voluntariedade leve seus filhos ao encontro do mal, materializado na televisão e em páginas de jornal. Sendo assim, coíbe-se o impulso de conhecer para que não haja vontade de sair, criando-se uma sociedade que encara o desconhecido com desconfiança e medo, em lugar de um desejado ambiente de novidades...
Quando adulto, o jovem das quatro paredes encara uma mudança de ambiente e procedimentos com o mesmo sentimento de angustia com que encarava um quarto escuro ou um novo colégio na infância. Com a excitação de coisas novas ofuscada pelo medo do desconhecido, como esperar que esse adulto encare com naturalidade os desafios que se impõem em sua carreira num ambiente globalizado, onde o concorrente tem outra cultura e outra forma de reagir aos estímulos? Como esperar que esse adulto transite por infinitas variáveis, medindo com segurança a viabilidade de um determinado investimento ou de uma ação sem precedentes conhecidos?


      O que fazer para mudar o presente?

As empresas devem investir no treinamento de seus executivos e líderes, porem sem desprezar a realidade de que são feitos. Para ganhar legitimidade, os treinamentos devem tratar da desmotivação como o resultado de um processo cultural, e não apenas como um traço de personalidade, mesmo porque, se assim fosse, seria exceção e não regra.
Melhor do que um trabalho focado no emocional, que manda uma mensagem subjacente da qual pouco se absorve, os treinamentos voltados para o “público das quatro paredes” devem proporcionar uma mensagem clara, para ser apreendida pelo intelecto e, a partir daí, derivar para o emocional.
As vantagens da racionalidade foram e são utilizadas permanentemente pelo ser humano na submissão dos outros animais. Contudo este mesmo ser humano, tal qual os outros, é um animal dotado de poderosos sentimentos e instintos que se retroalimentam, ocupando vacuidades racionais. Sempre que tais espaços não são adequadamente ocupados por um conceito claro, racionalmente constituído, o instinto de sobrevivência se impõe e o coloca no canto da caverna, protegido pelo silêncio de sua inação.
Portanto, ampliar o domínio da razão significa minimizar a atuação dos instintos e, conseqüentemente, do medo que limita as ações. Esforçando-se por compreender o porquê da existência de temores sem sentido e se encarando sem máscaras num espelho sem distorções, o homem ocupa lacunas internas e reforça o arsenal humano, tornando-se cada vez mais e mais apto ao domínio do ambiente e de si mesmo.